O desabastecimento de gás de cozinha na Paraíba, que não foi normalizado desde o fim da greve dos caminhoneiros, é motivo de discórdia entre Petrobras e revendedores do produto no estado. De um lado, a estatal afirma, por meio de nota à imprensa, que não há falta de gás de cozinha e que, na verdade, está fornecendo o produto “acima do compromissado”. Por outro, os revendedores afirmam que o produto até chega, mas de modo fracionado.
Em nota, a Petrobras informa que não possui instalações para venda de GLP na Paraíba e, portanto, a venda do produto é feita pela companhia para distribuidoras de outros estados da região que, por sua vez, distribuem aos revendedores locais.
Ainda, afirma que “as vendas de GLP pela Petrobras no país encontram-se acima do compromissado com as distribuidoras para o mês de junho e as entregas se encontram normais nos diversos pontos de fornecimento do país, sendo infundada a informação de que manutenção em bombas da Petrobras está causando falta de produto na Paraíba”.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) explica, também por meio da assessoria de imprensa, que a oferta de GLP em todo o país ficou reprimida durante a greve dos caminhoneiros e que, mesmo a Petrobras ofertando aos distribuidores maior quantidade do produto, a situação ainda não foi normalizada por causa da complexidade da cadeia logística.
Assim, a expectativa é que o desabastecimento seja regularizado nos próximos dias, mas a ANP não informou, até o fechamento desta edição, o período específico para a normalização da falta de gás de cozinha no estado.
O presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Paraíba (Sinregas-PB), Marcos Bezerra, afirmou que o desabastecimento atinge não apenas o estado, mas os demais da região Nordeste e o Distrito Federal. “No discurso, é uma coisa, mas, na prática, é outra. Se a Petrobras estivesse enviando acima do compromissado, não teríamos esse problema”, comentou.
Preços. A superintendente do Procon-PB, Késsia Liliana, solicitou nessa quarta-feira (13), um levantamento de preços de gás de cozinha praticados pelas revendedoras do estado, junto com a informação de quais estabelecimentos estão com venda ou não do produto.
“Minhas equipes de fiscalização verificaram que muitos locais estão abertos, mas que tem alguns pontos fechados por falta do gás de cozinha. Não recebemos denúncias, mas sabendo dessa questão vamos pesquisar o preço médio praticado, além de continuar a fiscalização dos postos de combustível”, frisou.
Fonte: Correio da Paraíba