A dinâmica política se desenha como uma intrínseca ação de interesses, onde os três poderes correlacionam-se em disputas constantes. A falta de entendimento entre esses poderes, somada a promessas não cumpridas, alianças instáveis e interferências externas, gera um ambiente desafiador para a gestão municipal.

A política de interior, muitas vezes subestimada, revela-se como um jogo de xadrez complexo, onde cada peça representa um interesse em constante movimento. Os embates entre o Executivo, Legislativo e Judiciário se intensificam, resultando em desdobramentos que desafiam a estabilidade governamental. E nela, através dela, surgem os entreveros que tanto fazem este período pegar fogo.

De um lado, a situação, com o apoio geral da máquina pública e seus simpatizantes, e o famoso “para seguir o trabalho” e/ou “+4”, como de praxe e de automatização nacional. Do outro, “a renovação”, o “cuidar do povo”, em um embate que promete sempre (e como sempre) sair faísca, marca registrada deste tão aguardado momento pelos munícipes.

De um lado uma cor, do outro um número, estes que serão carros chefes idolatrados por todos, e motivo de brigas e discussões acaloradas nos botecos, becos e redes sociais do município. Muitos apostarão, confiando em termômetros localizados ou pesquisas/enquetes feitas por terceiros. Outros sairão destoando jargões e deboches por aí, a plenos pulmões, como os reis do mundo local.

Entre acordos e promessas, as famosas bandeirolas, as postagens da “família X” ou “chegando pra somar”, fazendo jus à fama do só voto se me der… E nisso, serão feitos mapeamentos, marcações e indiretas, e até duvidas, aquelas que pinicam que nem piolho em cabeça de criança: – Será que ele realmente está conosco? Ou só veio pra ser espião?

Os arrastões, encontros e visitas aglomeram milhares de pessoas, com seus paredões e gritarias, entoando o famoso “pula-pula pro lado de cá”, rua acima e rua abaixo, assustando e desafiando quem passar pela frente, com fogos de artificio e bebedeira, além de muita algazarra transvestida da cor do candidato e de seus pupilos da vereança abraçando e mostrando o popular V da vitória nas fotos.

Muitos irão aderir, outros manter o anonimato, mas estarão atrás dos bastidores traçando linhas estratégicas para vencer a todo custo, torrando milhares e até milhões de reais, mesmo que seja incompatível com o que irão receber de salário caso cheguem lá. Estratégia montada, lá começa o famigerado QG de diretrizes, que irão nortear o resto da campanha, desde uma fala, até a tentativa de impugnar a campanha do candidato rival.

Mesmo com o passar dos anos, não existe perspectiva de mudança, pois é um acontecimento tão forte e tão marcante que haja o que houver, mantém sendo uma espécie de copa do mundo municipal, onde filho deixa de falar com pai, familiares intrigam entre si, amigos viram inimigos numa espécie de dança sem fim, que perduram desde a troca de poderes até a retomada do poder.

Em qual lado você está? Situação ou oposição?

 

Escritos de Jefferson Procópio – Politico, Graduado em Direito com Extensão em Ciência Politica e Administração Publica

 

Da Redação / Portal Araçagi

CONHEÇA NOSSA EQUIPE DE COLABORADORES