
Quando vemos a história romana, durante seu período imperial, é completamente notória a semelhança entre o Império Romano e o nosso país, em relação aos nossos aspectos sociais. Há um problema social relevante interligado, por que não dizer estrutural. Assim, se questiona como o Império romano durou tanto tempo e, como os gestores públicos brasileiros governam sem, pelo menos, haver sinal de subversão social?
A resposta está nas estratégias políticas. Em Roma, houve a denominada política do pão e circo, onde migalhas (pão e trigo) eram fornecidas gratuitamente à população e haviam espetáculos públicos em arenas, os gladiadores, para entreter a população, fazendo com que não ficassem revoltados com o seu desemprego e demais problemas sociais. Assim, no Brasil, percebe-se a aplicação – nas devidas proporções – dessa política, em que o governo, por meio de medidas assistencialistas e de jogos de futebol, as quartas e domingo, alienam a população brasileira em relação aos problemas da nação.
Diante do crescimento imperial, aumentou, o contingente populacional, gerando vários problemas sociais. Com o aumento territorial e a elevação no número de escravos, a população romana passou a ter que pagar tributos altíssimos, associado à subida no índice de desemprego e analfabetismo. Além disso, não havia mais moradias dignas para a maior parte da população. Muitos desses problemas ocorreram por conta de um governo extremamente corrupto, o qual priorizava o interesse privado em detrimento do público.
O Brasil passa por um momento histórico semelhante com o da Roma imperial. Isso, levando em consideração os dados que o próprio governo fornece – muitas vezes desatualizados -, por meio de um órgão oficial, o IBGE. Observa-se que ainda é alta a taxa de desemprego e analfabetismo. Além disso, a maior parte da população tem renda entre 1 (hum) e 2 (dois) salários mínimo, o que, definitivamente, não é capaz de atender suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, como ordena o Art. 7º, IV, da Constituição Federal.
Pão e Circo ou mídia exacerbada?
Há certa semelhança – lógico que, guardadas as devidas proporções – entre o momento social de Roma, na época do Império, e do Brasil atual, em que existe um alto índice de corrupção, analfabetismo e desemprego. Pergunta-se, portanto, por qual motivo se verifica tanta alienação política do povo brasileiro? Por que as pessoas estão bem mais interessadas em outros assuntos, do que na própria gestão pública? Será que, assim como se deu no Império romano, no Brasil, há a política do pão e circo, sendo essa a razão da não mobilização da sociedade, em massa, em face das atrocidades feitas pela gestão pública?
#Polemizando – Essa tal política “pão e circo” muito utilizada na Roma antiga, continua sim! E em vários tipos de manipulação: esporte, programas televisivos, fakenews, redes sociais, dentre outros.
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão leigo ao inferir que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe que deste ato, nasce os inveterados, os violentos, vigaristas, corruptos e os exploradores do povo.
Não seja mais um alienado político, é ano de copa do mundo? Sim! Ano de protestar? Sim! Porém esta mudança deverá partir de você, reeduque-se civilmente e politicamente. A pátria amada, idolatrada e retumbante agradece.
Jefferson Procópio – Graduando em Direito com Extensão em Ciência Política
Da Redação/Portal Aracagi