“Espelho, espelho meu, existe alguém mais belo(a) do que eu?” Essa tão famigerada expressão faz referência a um dos contos de fadas mais antigos e famosos da literatura infanto juvenil.

Mas também remete à uma realidade bem comum nos dias de hoje: a busca pelo corpo perfeito!

 

A internet tem nos permitido conhecer um número cada vez maior de pessoas com uma estética mais “harmoniosa” ou, pelo menos, tentando ter uma, seguindo padrões vistos como ideais. “Eu quero as minhas sobrancelhas iguais às dessa foto” ou “Nossa, que pessoa perfeita!” são muitos dos comentários mais ditos por aí, dentro e fora dos centros estéticos e clínicas espalhados pelo mundo.

 

Mas afinal, o que seria um padrão ideal de beleza? Parece que o assunto debatido aqui tem forte ligação com a literatura, porque só é o que coincide com a intertextualidade que gosto de fazer quando resolvi escrever sobre esse tema. Você lembra de um certo menininho de cabelos loiros, sentado num planetinha, ao lado de uma flor e de uma raposa? Lembrou? Se não, vou refrescar sua memória, ou até apresentar-lhe uma história bem bacana.

 

Em uma passagem do livro O Pequeno Príncipe, a frase “O essencial é invisível aos olhos”, proferida pela raposa, uma dos personagens da novela, casa perfeitamente com a corrida pela aparência ideal que vemos hoje em dia. O que seria essencial para o ser humano, então?

 

Vou deixar você refletir, afinal, cada um tem uma visão de mundo particular. Às vezes, uma pessoa é muito bonita ou muito feia, até você conversar com ela.

Até nisso a comunicação é incrível. É sobre qual informação as pessoas querem passar ou querem que você entenda. Fotos, filtros, maquiagem e aplicativos que são capazes de te colocar em um nível de status que nem sempre são reais, acabam pregando na mente de muitos uma imagem paralela à realidade.

 

O ano é 2022 e muitos influenciadores digitais são alvos de críticas sobre a sua própria aparência, visto a quantidade de procedimentos estéticos aos quais se submeteram para realizar-se em suas carências pessoais. Mas você, caro leitor, já pensou sobre a pergunta que fiz no início desse texto? O que você vê quando se olha no espelho? O que é importante pra você? Aquilo que é invisível aos olhos ou só onde a matéria alcança?

 

Na escola aprendemos que “beleza” é um substantivo abstrato, ou seja, algo que não se realiza de forma concreta, dependendo da existência de um ser para acontecer. E nós fazemos a beleza existir através dos nossos atos, estes que vão validar , ou não, e/ou sobressair a beleza física. E, afinal, não só de um corpo sarado vive o homem, mas de todo um conjunto de características imateriais.

 

A mente mente, querido leitor. Não é sobre o que você vê ou não, mas sobre o que é feito com aquilo que o espelho te mostra. Cabe acreditar na essência do que não é moldável e nem possível de alterar, mas melhorado. E muitas vezes, basta melhorar a forma de observação das coisas para que o essencial seja visível.

Maria Daniele de Souza Lima. Professora, Técnica em Estética, Colunista, Especialista em Linguística e Literatura e Estudante de Jornalismo.
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