Os advogados do Partido Liberal entraram com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra os organizadores do festival de música Lollapalooza. Eles alegam que a cantora Pabllo Vittar entrou ontem (25) no palco com uma bandeira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), possível adversário do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano. 

Na representação enviada ao TSE, o partido também cita a cantora britânica Marina, que também ontem xingou tanto Bolsonaro quanto o presidente russo Vladimir Putin durante sua apresentação. 

“O PL entrou com uma representação, no sentido de alertar os organizadores do evento sobre uma eventual ‘campanha política antecipada’, o que não é permitido pela Lei Eleitoral”, informou inicialmente a assessoria do partido ao UOL. “A intenção do Partido é fazer um alerta aos organizadores do evento.” 

A legislação eleitoral proíbe campanha e comícios antes de 16 de agosto. 

A advogada do PL, Carolina Lacerda, disse à reportagem que a intenção não é censurar os artistas, mas alertar a organização do Lollapalooza e os cantores que a lei proíbe fazer manifestações a favor e contra a votação em candidatos antes de 15 de agosto. 

“Muitas vezes os artistas não sabem disso e eles podem ser punidos pela legislação, o que não é a intenção”, afirmou ela ao UOL. “A gente jamais quer cercear a liberdade de expressão. É para prevenir que o evento, candidato ou artistas sejam responsabilizados”, continuou Lacerda.

No caso de Marina, o partido considera as críticas da cantora a Bolsonaro como propaganda antecipada “negativa”: “Incita os presentes a proferirem palavras de baixo calão contra o pré-candidato”, diz trecho da representação. 

Na representação, a sigla compara as manifestações de Pabllo Vittar a um
showmício.

“Assim, pouco importa se a manifestação foi espontânea”, declara o texto,
afirmando que o objetivo da reclamação é “garantir a isonomia” entre os
possíveis candidatos à Presidência da República.

Eis porque a manifestação política em mais de um show, uma em absoluto desabono ao pré-candidato Jair Bolsonaro e outra em escancarada propaganda antecipada em favor de Luiz Inácio ‘Lula’, configuram propaganda eleitoral irregular — negativa e antecipada — além de promoverem verdadeiro showmício, sendo indiferente se o evento foi custeado pelo candidato ou se o mesmo esteve presente no ato.” Representação enviada pelo PL ao TS.

Representação enviada pelo PL ao TSE O UOL busca contato com as assessorias de Pabllo Vittar e Marina para comentar o ocorrido.

Artistas e manifestações políticas no Lolla

Ontem, no fim do show no Lollapalooza, Pablo gritou “Fora, Bolsonaro” e fez
um espacate. Antes de deixar o palco, ergueu uma bandeira com a imagem de
Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte: UOL

CONHEÇA NOSSA EQUIPE DE COLABORADORES