
Na quinta-feira, 13 de março de 2025, cerca de 300 mulheres integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se uniram à 16ª Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia, no município de Esperança, Paraíba. A manifestação teve como objetivo destacar os impactos negativos dos megaprojetos energéticos na região da Borborema e reforçar a importância da agroecologia como modelo sustentável de produção.
Atos de Protesto e Mobilização
As participantes realizaram um protesto em frente à empresa de energia solar Atiaia, localizada na divisa entre a Paraíba e Pernambuco. A ação visou denunciar os efeitos adversos da expansão de parques eólicos e solares, que ameaçam a permanência das famílias camponesas e a produção de alimentos saudáveis.
Além do protesto, a programação da marcha incluiu uma feira de produtos agroecológicos e apresentações culturais, como a da cantora Lia de Itamaracá. O evento reuniu agricultoras, quilombolas e povos originários de 13 municípios do Polo da Borborema, reforçando a luta contra o avanço do capital energético sobre os territórios camponeses.
Contexto e Reivindicações
A região da Usina Maravilha, entre a Paraíba e Pernambuco, tem sido alvo de conflitos devido à instalação de parques eólicos e solares. Empresas de energia, muitas controladas por capital estrangeiro, utilizam contratos de arrendamento que, segundo o MST, oferecem compensações financeiras baixas às famílias camponesas, colocando em risco a produção de alimentos e a segurança alimentar local.
As mulheres Sem Terra enfatizam que não são contra as energias renováveis, mas defendem um modelo energético que respeite os territórios e as formas de vida locais, sem prejudicar o meio ambiente. A mobilização reforça a necessidade de um desenvolvimento sustentável que priorize a justiça social e ambiental.
A 16ª Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia na Paraíba evidenciou a força e a determinação das mulheres camponesas na defesa de seus direitos, da terra e de um modelo de desenvolvimento que respeite a vida e o meio ambiente.
Fontes: mst.org.br e brasildefato.com.br