Ao menos 12 refugiados morrem em naufrágio, incluindo cinco menores.
ATENAS — A face mais cruel da crise migratória na Europa foi evidenciada nesta quarta-feira com uma foto marcante de uma criança encontrada morta na costa da cidade turca de Bodrum. O motivo já é conhecido. Em busca do sonho europeu, o menino estava em um barco de refugiados que afundou ao tentar chegar à ilha de Kos, na Grécia.
A imagem está sendo amplamente divulgada nas redes sociais, como símbolo do fim desastroso de alguns imigrantes que se arriscam em perigosas travessias para o continente europeu, muitas vezes fugindo de conflitos, violência, pobreza, fome e perseguição.
A hashtag #KiyiyaVuranInsanlik (humanidadelevadapelaságuas), em referência à foto, foi para o topo dos trending topics no Twitter
A foto foi publicada em vários jornais. “Se essa imagem extraordinariamente poderosa de uma criança síria morta em uma praia não mudar a atitude da Europa com os refugiados, o que irá?”, questionava o título do britânico “The Independent”. Já o português “Público” justificou a publicação: “Vamos de forma paternalista proteger o leitor de quê? De ver uma criança morta à borda da água, com a cara na areia? Não sabemos se esta fotografia vai mudar mentalidades e ajudar a encontrar soluções. Mas hoje, no momento de decidir, acreditamos que sim.”

Ao menos 12 refugiados que viajavam em duas embarcações morreram nesta quarta-feira, entre eles cinco crianças e uma mulher. Os corpos de algumas vítimas, incluindo o de Aylan Kurdi, de 3 anos, e de seu irmão Galip, de 5, foram vistos na areia, causando angústia entre as pessoas que estavam no local. Sete pessoas foram resgatadas pela guarda costeira e duas estão desaparecidas.
PUBLICIDADE – Acredita-se que os passageiros sejam sírios que escapam de uma guerra civil que já matou mais de 200 mil pessoas.
A rota por mar Bodrum-Kos é relativamente curta, mas não menos perigosa. As agências humanitárias estimam que, ao longo do mês passado, pelo menos duas mil pessoas tentaram cruzar Turquia e Grécia por essa via.
Fonte: O Globo