Uma superioridade exposta por tradição e valores. Não é só por Lionel Messi que a Argentina é a grande favorita diante da Islândia, na estreia na Copa do Mundo, sábado, no estádio do Spartak, em Moscou. Mas até que poderia ser.

O craque sozinho tem valor de mercado maior do que todo elenco adversário multiplicado por dois e chega ao Mundial com mais gols do que todos os atacantes islandeses na última temporada somados. Reflexo do abismo que separa a bicampeã do mundo dos estreantes na Rússia.

A surpreendente campanha na Euro da França abriu as portas do mercado exterior e valorizou grande parte dos jogadores. Dos 23 convocados, apenas três ainda jogam no futebol quase amador do país de gelado. Nada, porém, que os coloque sequer próximos das cifras que envolvem as grandes ligas. Todos eles somados têm valor de mercado estimado em R$ 334 milhões. Menos da metade dos R$ 792 mi avaliados para Lionel Messi.

O craque divide com Neymar o posto de jogador mais caro do Mundial. Já a Argentina é somente a sétima na bolsa de valores da competição. O grupo comandado por Jorge Sampaoli custa R$ 3 bilhões, quase dez vezes mais que os R$ 334 milhões que comprariam todo time islandês.

A França lidera a lista (R$ 4.75 bi) que tem o Brasil em terceiro (R$ 4.3 bi). O levantamento é do site Transfermarkt em euros e já convertido para reais na reportagem.

Nome mais valorizado da seleção europeia, Sigurdsson (R$ 132 mi), do Everton, seria apenas o oitavo entre os argentinos, atrás de Messi, Dybala, Agüero, Higuaín, Di María, Otamendi e Lo Celso. Já as pechinchas das duas seleções são o goleiro Willy Caballero, que, aos 36 anos, vale apenas R$ 4,4 mi e o volante Samuel Fridjónsson. Aos 22 anos, custaria R$ 880 mil para quem quiser tirá-lo do Valerenga, da Noruega.

Cifras na mesa, os hermanos também precisam contar apenas com Messi para mostrar força no duelo em campo. Sozinho, Leo foi às redes 48 vezes na última temporada, pelo Barcelona e pela seleção. Todo o quinteto ofensivo convocado por Heimir Hallgrímsson marcou 41, e em ligas menores. O destaque é Finnbogason, que fez 14, sendo 12 pelo Augsburg, na Bundesliga.

Abismo reconhecido pelo treinador islandês, que quebra a cabeça buscando uma solução para conter Leo. Missão que o próprio trata como quase impossível:

– Não tenho uma fórmula mágica. Todos tentam pará-lo e ninguém sabe como. Vamos fazer o de sempre: trabalhar juntos, ajudar uns aos outros. É injusto dar a apenas um a tarefa de parar Messi.

Se serve de alento, o retrospecto contra a outra grande estrela do futebol mundial conta a favor da Islândia. Na Euro-2016, também na estreia, o adversário foi Cristiano Ronaldo, que passou em branco no empate por 1 a 1 e deixou o campo irritado com a marcação acirrada:

– Eles só se defenderam. Na minha opinião, isso é mentalidade pequena, e eles não vão chegar a lugar nenhum – disse CR7 na ocasião.

A classificação às quartas de final, tendo eliminado a Inglaterra nas oitavas, mostrou que o português estava equivocado. Novamente em uma grande competição, a Islândia já é encarada de outra maneira e foi estudada pelo técnico argentino Jorge Sampaoli:

– Seus jogadores mais importantes estão se recuperando de lesão. O capitão, o volante, tem muita importância no estado de ânimo. Vai ser um time muito fechado, que vai apostar nos contra-ataques. Estamos nos preparando porque pode ser um time que nos faça passar por maus momentos.

Argentina e Islândia medem forças às 10h (de Brasília), deste sábado, no estádio do Spartak, em Moscou, pelo Grupo D da Copa do Mundo. Em campo, as cifras e as estatísticas ficam para trás e o que importa é mais simples e valioso: os três pontos.

Fonte: Globo Esporte

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