Os distúrbios da tireoide são condições que afetam o bom funcionamento da glândula e podem colocar em risco todo o organismo.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) estima que 60% da população brasileira venham desenvolver algum nódulo nódulos na tireoide, seja criança, adulto ou idoso.

Este dado traz atenção aos cuidados primários com a saúde, que infelizmente ainda são uma deficiência nacional. Por outro lado, nem sempre esses nódulos se tornam malignos – a estimativa é que desses 5% sejam cancerígenos.

Dados a parte, o controle da tireoide deve estar sempre no acompanhamento médico de prevenção. Afinal, ela interfere diretamente no funcionamento de diversos órgãos e está ligada ao desenvolvimento de crianças e adolescentes.

Portanto, entenda a como funciona a tireoide, quais as principais doenças que a acometem, seus sintomas, tratamentos e exames que as identificam.

A importância da tireoide

A tireoide é o centro de comando do bom funcionamento do organismo. Ela fica localizada na região do pescoço e produz dois hormônios que atuam como mensageiros das funções metabólicas.

Essas substâncias, conhecidas como triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), circulam na corrente sanguínea, regulando a função dos órgãos, controlando o metabolismo, a transformação de alimentos em energia e a temperatura.

Por outro lado, a função da tireoide é comandada por uma pequena glândula, chamada hipófise. Ela fica uma instalada na base do cérebro e produz um hormônio estimulante da tireóide (TSH), que leva o órgão a produzir a T3 e a T4.

Além disso, a tireoide age diretamente nas funções de órgãos como o cérebro, coração, rins e fígado, influenciando na fertilidade, ciclo menstrual, emocional, capacidade de concentração, memória e peso.

Principais distúrbios da tireoide

Os distúrbios da tireoide podem se manifestar de diversas formas. Entenda quais são, seus sintomas, tratamentos e exames que as diagnosticam.

Hipertireoidismo e a Doença de Graves

O hipertireoidismo é a condição que leva a tireóide a produzir hormônios excessivamente. Esta é uma das doenças da tireoide mais graves e pode induzir a problemas no coração e nos ossos.

Ele afeta, sobretudo, a mulheres de 20 a 40 anos, mas também pode se instalar em homens e idosos. Sem sintoma aparente na fase leve, em estágio avançado o hipertireoidismo pode acarretar:

Perda de peso sem motivo aparente acompanhada de fadiga;
Transpiração e sensação de calor excessivos;
Mãos trêmulas e fraqueza muscular;
Diarreias frequentes e menstruação irregular;
Ansiedade e irritabilidade excessiva.
O hipertireoidismo geralmente é causado pela doença de Graves (crônica, geralmente familiar), uma condição autoimune, que se dá quando o sistema imunológico não reconhece a tireoide, atacando-o.

Diagnóstico e tratamento

O hipertireoidismo pode ser detectado por meio de exame de sangue. Por outro lado, para ir mais a fundo na investigação do problema, um especialista pode solicitar o teste de iodo radioativo, que identifica padrões de absorção da substância pela tireoide. Além disso, um exame de imagem pode ser interessante para estudar a forma do órgão.

Além disso, o tratamento é relativo e depende de aspectos como a condição física da pessoa, sua idade, a causa e gravidade da doença. Podem ser administrados medicamentos antitireoidianos, beta-bloqueadores o iodo radioativo e, em alguns casos, cirurgia para a remoção da tireoide.

Hipotireoidismo e Tireoidite de Hashimoto

Oposto ao hipertireoidismo, o hipotireoidismo é causado pela queda dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).

Interessante que, na maioria dos casos, a condição é uma resposta a uma inflamação chamada Tireoidite de Hashimoto, doença autoimune. Nela o organismo produz anticorpos contra a tireoide, que por consequência diminui sua capacidade de produção.

Os sintomas são diversos, tais como:

Aumento de peso sem motivo aparente;
Fadiga e intolerância ao frio;
Aumento do fluxo menstrual e colesterol;
Queda de cabelos e ressecamento de pele.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico primário acontece pelo exame de sangue e, no caso dos recém-nascidos, pelo “teste do pezinho”. Geralmente o médico também apalpa o local e recomenda um ultrassom da tireoide ou cervical.

Após a confirmação, o paciente deve dar início ao tratamento segundo orientações médicas, pois se não tratada, a doença pode levar a outros quadros clínicos graves.

Tireoidite pós-parto

A tireoidite pós-parto é um distúrbio frequente, que se desenvolve geralmente no primeiro ano pós-parto. A condição pode se dar de três formas: hipotireoidismo ou hipertireoidismo transitório e hipertireoidismo transitório seguido de hipotireoidismo transitório.

A doença pode acometer de 4% a 7,2% das gestações, sobretudo grávidas com diabetes mellitus. Seus principais sintomas são a depressão acompanhada de irritabilidade e ansiedade, taquicardia, queda dos cabelos.

A tireoidite pós-parto pode causar, tanto no hipertireoidismo quanto no hipotireoidismo, fadiga, sintomas de ansiedade, irritabilidade, queda de cabelo, perda de libido, depressão, taquicardia, entre outros sintomas.

Diagnóstico e tratamento

Em especial as mulheres devem estar atentas e esse sintomas, pois a condição pode ser confundida com depressão pós-parto, por exemplo.

Identifica-se a tireoidite pós-parto com a medição do hormônio tireo-estimulante (TSH), dos anticorpos anti-tireoperoxidase (anti-TPO), do hormônio da tireóide (T4L), e anti-tireoglobulina (anti-tg). Também pode ser feito ultrassom, que indicará a necessidade de retirada da tireoide.

Como toda doença, quando antes identificada a condição, melhor para o tratamento. Dependendo da fase de evolução, são receitados medicamentos, como beta-bloqueadores, antidepressivos ou ansiolíticos.

Bócio, nódulos e câncer na tireoide

O Bócio consiste no crescimento anormal dá tireoide ou da glândula localizada abaixo dela, o que forma um caroço na região. Muito visível, o bócio vir acompanhado por nódulos.

O principal sintoma é o surgimento de irregularidades no pescoço. A pessoa também passa a sentir desconforto na região, falta de ar e dificuldade para engolir, além de apresentar tosse e rouquidão.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do bócio é feito primeiramente com a avaliação de histórico familiar, seguido de exame de toque e de sangue. Para detalhes mais ricos, recomenda-se a cintilografia, ultrassom e mesmo uma biópsia.

Esses exames são importantes, pois podem indicar uma condição mais avançada e que venha a configurar o câncer na tireoide.

Quando o bócio é causado por deficiências em iodo, o seu tratamento é feito através de remédios como Tapazol, Puran T4 ou com cápsulas de iodo radioativo. Caso seja identificado o câncer da tireoide, a possibilidade de remoção da glândula é grande.

Sobre o câncer local, vale ressaltar que ele geralmente vem desacompanhado de sintomas – com exceção dos nódulos – na maioria dos casos.

Ao chegar ao final dessa leitura você pode haver identificado alguns sintomas e suspeitar de algum desses distúrbios da tireoide.

Não é preciso ficar ansioso, mas vale ficar atento a um detalhe: há quanto tempo você consultou um endocrinologista? Confira porque você deve fazer check-up anualmente e preserve sua saúde!

Fonte: clinicaceu.com.br

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