
A prefeita de Mamanguape decretou nesta sexta-feira (06) estada de emergência financeira no município. Maria Eunice acusou o ex-prefeito Eduardo Carneiro de tentar inviabilizar sua administração. “Ele ‘raspou o tacho’ das finanças do município e que a situação é caótica”
De acordo com a prefeita, as contas bancárias do município estão praticamente zeradas. “Ele usou indevidamente recurso público”. A prefeita informou que podem mover uma ação de improbidade administrativa contra Carneiro
Maria Eunice revelou que no dia 30 de dezembro último o ex-prefeito gastou R$ 1,6 milhão de recursos de repatriação.
De acordo com o decreto, foram detectados, em estudo preliminar, “sérios problemas administrativos, financeiros, contábeis, patrimoniais e de pessoal, dando conta de caos administrativo no município”. Apenas gastos mínimos necessários ao regular funcionamento da máquina administrativa estão autorizados.
A prefeita se queixou do comportamento da gerência do Banco do Brasil no município, que não atendeu ao seu pedido de desautorização de movimentação da conta entregue ainda durante o período de transição. “Agências em outros municípios aceitaram os pedidos feitos pelos prefeitos eleitos, mas aqui não, e queremos saber os motivos. O prefeito, no apagar das luzes, fez o que bem entendeu com o dinheiro da repatriação para não deixar nada para nossa gestão, com a cumplicidade da gerência do banco”, acusou.
A prefeita ainda acusou de não ter repassado para o INSS os recursos do desconto da contribuição dos servidores. Maria Eunice revelou que o ex-prefeito deixou uma dívida de R$ 8,3 milhões da folha de pessoal referente às competências do período de janeiro de 2013 até o décimo-terceiro salário de 2014. “A dívida pode ser bem maior, porque ainda resta saber o que deixou de ser pago em 2015 e 2016. Portanto, não está nada em ordem com a folha de pessoal”, frisou.
Escolas, postos e veículos estão sucateados – Pelo levantamento realizado pela atual gestão, várias escolas, postos de saúde e veículos oficiais estão sucateados. Uma das escolas está interditada por risco de desabamento. Em outra, a despensa foi transformada em sala de aula. “Em praticamente todas elas há problemas de paredes rachadas, infiltrações, nas redes elétrica e hidráulica, carteiras deterioradas, falta de material e vários outros problemas que impedem o bom funcionamento das escolas e creches”, enumerou Maria Eunice.
A saúde, segundo a prefeita, está “uma calamidade”. Ela contou que os programas de imunização estão abaixo dos índices recomendados, não alcançando sequer 50% da meta, o que pode acarretar o bloqueio de recursos. O Programa Saúde da Família já conta, atualmente, com um bloqueio de recursos por conta do não cumprimento da carga horária médica. A Farmácia Popular está a ponto de fechar por falta de suprimentos e informações do sistema”.
Fonte: ClickPB