
O delegado responsável pela Operação Gabarito, Lucas Sá, relatou como aconteceu a prisão de 19 pessoas que fraudavam concursos públicos na Paraíba e em outros estados.
Segundo o delegado, o líder da quadrilha se chama Flávio Borges e ele é concursado da Prefeitura Municipal de Campina Grande, como também do estado de Alagoas.
Ele destacou que o grupo tinha uma sede, que funcionava em João Pessoa em um condomínio de luxo, e que de lá a quadrilha fraudava concursos em todo o Nordeste.
As pessoas pagavam de R$ 30 mil a R$ 150 mil, dependendo do concurso.
– O edital era lançado e eles viam quais as matérias que cairiam no concurso. A partir disso, eles contatavam os professores que faziam parte da quadrilha, geralmente professores de cursinhos pré-vestibulares. O professor ganhava, a depender da prova, de R$ 100 a R$ 300 por questão respondida. Esse professor se inscrevia no concurso e, terminando a prova, anotava o gabarito e o repassava para o grupo criminoso, que transmitia aos candidatos as respostas do gabarito através de um ponto eletrônico. Estimamos que cerca de 60 concursos foram fraudados por esse grupo nos últimos 10 anos e é uma das maiores quadrilhas desse ramo. Esse ponto eletrônico que eles usavam é imperceptível a olho nu, só podendo ser retirado com uma pinça ou com ímã. Estávamos investigando o grupo há três meses e o objetivo agora é prender os foragidos e descobrir os candidatos que passaram de forma fraudulenta, pois os que tiverem sido nomeados vão ter que ser demitidos e responder por esse processo fraudulento na Justiça – explanou o delegado.
Lucas reforçou que as penas para esse tipo de crime variam de 4 a 10 anos de prisão.
– As pessoas que pagaram pelo gabarito vão responder por fraude e organização criminosa. Pela organização criminosa a pena vai de três a 10 anos de reclusão. Por fraude em concurso, pode pegar mais quatro anos de prisão. Por falsificação de documentos nas provas títulos podem pegar mais cinco anos de reclusão. E, no andamento das investigações, podemos chegar a outros crimes como estelionato e lavagem de dinheiro. O prejuízo maior são eles estarem ocupando os cargos públicos no lugar de quem estudou, sendo que eles entraram de forma criminosa. Já identificamos 20 pessoas que passaram no concurso de forma fraudulenta e que serão presas nos próximos dias. O concurso mais disputado é delegado e agente da Polícia Civil; na PRF, o de delegado federal – finalizou.