
Caso fatal deixou o município em alerta e desencadeou uma operação realizada pela Coordenação de Vigilância em Saúde de Santa Luzia ; dois outros casos que levantaram suspeita foram descartados.
A morte de uma criança vítima de leishmaniose visceral, conhecida como calazar, no dia 9 de abril, fez com que a Secretaria de Saúde de Santa Luzia, município do Sertão a 260 quilômetros de João Pessoa, sacrificasse pelo menos dez cães que estavam infectados com a doença no bairro de São Sebastião, onde a vítima morava.
De acordo com a coordenadora de Vigilância em Saúde do município, Érica Verusca, a secretaria só tomou conhecimento do caso dois dias antes da criança morrer porque, segundo ela, a menina não foi levada pela mãe para atendimento no Município, mas tardiamente no Hospital Infantil Noaldo Leite, na cidade de Patos que é próxima.
“Fomos informados do caso quando a menina já estava no Hospital Infantil de Patos e de lá seria transferida para o Hospital Universitário Alcides Carneiro, em Campina Grande, onde veio a falecer. Soubemos do caso dois dias antes da morte e iniciamos imediatamente um trabalho intensivo através de exames dos cães existentes no bairro”, contou.
Dos 15 que foram examinados, dez foram detectados com a doença e foram sacrificados. Sete deles moravam em residências e três eram de animais de rua.
A coordenadora disse ainda que foram aplicadas inseticidas para eliminar o mosquito transmissor da doença.
Além disso, a secretaria disse que está realizando palestras, com a exibição de vídeos, nas comunidades para informar e alertar a população sobre a doença, a forma de transmissão e os sintomas. “Estamos orientando todos para que ao sentirem qualquer sintoma da doença procurarem os postos de saúde.
Casos descartados
A morte da criança causou preocupação na população do município e provocou muitas mensagens de alerta nas redes sociais, mas Érica Valusca, tranquilizou a todos, dizendo que não há motivo para alarde, pois todas as medidas necessárias estão sendo tomadas.
Outros dois casos suspeitos que foram notificados depois da morte da criança foram descartados após resultados de exames, como disse Érica Valusca.
“Uma equipe da Secretaria Estadual de Saúde esteve na tarde desta última terça-feira (28) em Santa Luzia para fazer um trabalho de reforço com os profissionais das equipes de saúde da família”, contou.
Ela contou ainda, que uma parceria está sendo fechada com a Universidade Federal de Campina Grande para que seja feita a eliminação de 100% do mosquito transmissor do calazar no município de Santa Luzia.
Transmissão e sintomas
O calazar é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis). Érica Varusca informou que o mosquito infectado pica o cachorro e transmite a doença. O cão torna-se um hospedeiro e passa a transmitir a doença aos mosquitos que também podem contaminar o homem.
Os sintomas são inchaço na barriga, diarreia, vômito, debilitação, febre intermitente e problemas respiratórios, como falta de ar. É importante procurar atendimento médico rápido, porque segundo Érica Valusca, esses sintomas podem ser confundidos com outras enfermidades.
“Infelizmente a doença ainda é considerada endêmica no Nordeste e é importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes”, explicou.
Casos
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, no ano de 2013, A Paraíba registrou 39 casos confirmados de calazar. Em 2014, foram 61; e neste ano, até 25 de abri, foram nove casos confirmados no estado.
Fonte: Portal Correio