A Conmebol confirmou as expectativas e oficializou, neste sábado, a eliminação do Boca Juniors da Libertadores deste ano pelos incidentes ocorridos no intervalo do Superclássico argentino disputado na última quinta. Em reunião ocorrida no Paraguai, a entidade culpou o clube pelos acontecimentos da Bombonera e considerou o River Plate vencedor do jogo por 3 a 0, de acordo com seu regulamento geral.
Com isso, o River está classificado para as quartas da Libertadores e terá o Cruzeiro como próximo adversário. O primeiro jogo deve ocorrer em Buenos Aires, na próxima quinta, às 22h. Além de ser eliminado, o Boca jogará quatro jogos com portões fechados, outros quatro sem torcida como visitante e terá de pagar uma multa de US$ 200 mil. À decisão cabe recurso em até sete dias.
Para punir o Boca Juniors, Conmebol aplicou o artigo 23 do regulamento disciplinar da entidade. O artigo estabelece derrota por 3 a 0 ao clube que não reprimir violência da torcida dentro do estádio, cuja ação acarrete em graves prejuízos ao time rival. No intervalo do Superclássico, o elenco do River Plate foi atingido por um gás tóxico que causou queimaduras de primeiro grau em quatro atletas e deixou Driussi com uma encefalite (inflamação no cérebro).
As imagens da confusão correram o mundo e fizeram enorme pressão na Conmebol. Na última sexta, a entidade deu 24 horas para que o Boca Juniors apresentasse a sua defesa. O clube enviou advogados e dirigentes até Luque, cidade paraguaia onde está situada a Conmebol, mas não conseguiu convencer a entidade. Segundo veículos de imprensa como o jornal La Nación ou a rádio Mitre, uma pressão externa da Fifa foi importante para garantir uma pena pesada à equipe da Bombonera.
A partida estava empatada por 0 a 0 no momento em que ocorreu a confusão no túnel que dá acesso ao campo. Um composto químico foi lançado em direção aos jogadores do River Plate. Inicialmente pensava-se que se tratava de gás de pimenta, mas exames toxicológicos realizados no estádio concluíram que na verdade era uma mistura muito mais danosa que continha ácido.
Quatro jogadores do River sofreram queimaduras de primeiro grau e vários atletas relataram impossibilidade de continuar a partida após serem atingidos pelo gás. O atacante Sebástian Driussi teve diagnosticada encefalite (inflamação no cérebro), cuja causa foi a exposição a produtos tóxicos.
A polícia diz ter indícios de que um torcedor do Boca foi o causador do ataque com o composto químico. Ele integra a torcida uniformizada La Doce, do Boca, e fazia oposição à atual administração do Boca Juniors.
Veja a nota da Conmebol sobre o caso na íntegra:
“Comunicado da Unidade Disciplinar,
No dia de hoje, o Tribunal de Disciplina, em relação aos incidentes ocorridos na partida disputada no passado dia 14 de maio na cidade de Buenos Aires entre as equipes Club Atlético Boca Juniors e Club Atlético River Plate, pelas oitavas de final da Copa Bridgestone Libertadores 2015, decidiu o seguinte:
1 – Desqualificar o Club Atlético Boca Juniors da Copa Bridgestone Libertadores 2015, sem exclusão de futuras competições.
2 – Impor ao Club Atlético Boca Juniors uma sanção que consiste em jogar suas próximas quatro partidas como local em competições oficiais organizadas pela Conmebol com portões fechados.
3 – Proibir o Club Atlético Boca Juniors de vender entradas a seus aficionados para os próximos quatro jogos que dispute como visitante em competições oficiais organizados pela Conmebol. Esta proibição de venda de entradas aos aficionados do Club Atlético Boca Juniors de estendem aos clubes que atuem como locais nos referidos encontros.
4 – Impor ao Club Atlético Boca Juniors uma multa como sanção adicional de US$ 200.000. O valor desta multa será debotado automaticamente do montante a receber pelo Club Atlético Boca Juniors da Conmebol a respeito de direitos de televisão e patrocínio, ou em outro caso deverá ser depositado total ou parcialmente na conta bancária que a Conmebol indique para essa finalidade.
5 – Advertir expressamente o Club Atlético Boca Juniors que, em caso de repetir-se qualquer infração à disciplina desportiva de igual ou similar natureza à que deu causa a este presente procedimento será aplicado o disposto no artigo 43 no regulamento disciplinar e as consequências que dele podem derivar.
Contra esta decisão cabe recurso na Câmara de Apelações da Conmebol no prazo de sete dias a partir da notificação desta decisão.”
Fonte: UOL