De acordo com o MPF, estudantes estão temendo prejuízos por não estarem ainda devidamente matriculados e procuram o órgão para obter informações e orientações de como proceder para atualizar o Fies”
Mais de 500 alunos já procuraram orientações no setor de atendimento ao Cidadão do Ministério Público Federal em João Pessoa sobre como agir diante dos atrasos na inscrição e no aditamento do Financiamento Estudantil (Fies).
De acordo com a atendente Denise Dutra, os contatos estão sendo feitos tanto por telefone, presencial ou virtualmente. A preocupação acontece porque já começaram as aulas e a maioria dos estudantes não conseguem acessar o site da Fies para fazer o procedimento necessário.
Ao denunciaram a situação ao MPF, os estudantes dizem que não conseguem acessar a página do Financiamento para a inscrição ou a renovação, o chamado aditamento, e em muitas universidades as aulas já começaram. Para não serem prejudicados, esses alunos estão participando como ouvintes. O problema é que, se a situação persistir, eles acabam no prejuízo porque, por não estarem devidamente matriculados, não poderão fazer provas ou atividades afins.
Apesar do número crescente de alunos que procuram o MPF, até essa quarta (25), o órgão só encaminhou ação para o caso de 50 alunos da Faculdade Maurício de Nassau, na Capital, que pedem a liberação da unidade de ensino para que possam realizar matrícula. A última deliberação da Justiça Federal foi intimar tanto representantes da faculdade em questão como do Fundo Nacional de Desenvolvimento Estudantil (FNDE) para comparecerem para prestar esclarecimentos num prazo de 72 horas que termina nesta sexta-feira (27).
Além destes, outros alunos da Faculdade Maurício de Nassau também pretendem acionar a justiça para resolver pendência com a instituição. Um deles é Paulo Roberto, do curso de Enfermagem. De acordo com o estudante, no site do Fies a informações sobre a instituição de ensino é de que ela não teria vaga disponível.
“Como não estamos conseguindo a liberação, a instituição está nos oferecendo um financiamento próprio nos mesmos moldes do Fies, mas nós não temos garantias de que teremos as mesmas vantagens que o financiamento federal”, declarou Paulo. Ele e outros estudantes que estão recebendo a proposta da Faculdade estão temerosos e inseguros quanto à cobrança dos juros e do período de carência para pagamento.
Ele e outros estudantes na mesma situação estão aguardando o resultado favorável da ação já impetrada na Justiça Federal em João Pessoa e estão querendo que a Maurício de Nassau oficialize legalmente a oferta de financiamento.
O Portal Correio tentou contato telefônico na tarde dessa quarta-feira (25) com a Faculdade Maurício de Nassau através da assessoria de comunicação, mas as ligações não foram atendidas. Ninguém da instituição se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
Patos e Campina Grande
Ações já foram impetradas pelo Ministério Público Federal nos municípios de Patos e Campina Grande. Em Patos, foram mais de 100 alunos da Faculdades Integradas de Patos, a FIP, que não conseguiram acesso à página do Fies. Já em Campina, a faculdade alvo da ação do MPF também foi a Maurício de Nassau.
Nos dois casos, a Justiça Federal determinou que as unidades de ensino abram o sistema de aditamento e de matrícula para os alunos que comprovem que ficaram prejudicados por conta das falhas no sistema do Fies e determinou ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Estudantil que abram novos prazos para que esses estudantes consigam regularizar a situação e garantam o financiamento.
Fonte: PB Vale
Por Luciana Rodrigues