Através de convite do grupo Alcoólicos Anônimos – IV Centenário de João Pessoa, ministrei esta palestra num Encontro para Mulheres Alcoólatras em Recuperação e o II Colcha de Retalhos no domingo passado.

O resultado segue no texto.

A dependência do álcool, também chamada de alcoolismo, acontece quando a pessoa precisa física e emocionalmente de bebidas alcoólicas para se sentir bem, feliz e relaxada. Quem abusa das bebidas, pedindo aquela saideira que sempre traz mais uma, também pode torna-se um alcoólatra.

E as mulheres também abusam do álcool? Quais as causas? Além de fatores genéticos, elas sofrem grande pressão social para exercer diversos papéis (dona de casa, mãe, esposa, trabalho, padrões de beleza), causando estresse e tensões. Motivos emocionais e ocorrência de eventos significativos também podem servir de gatilho para o uso abusivo de álcool.

Estudos recentes apontam que as mulheres bebem em maior quantidade do que homens, mesmo os homens iniciando mais cedo. Ainda assim, o percentual de garotas entre 14 e 17 anos que consomem álcool pelo menos uma vez por semana, todas as semanas, cresceu de 69% para 74%, em seis anos. O de homens permaneceu estável em 69%.

Precisamos voltar nossos olhares para o uso de bebidas alcoólicas nas mulheres, quebrar tabus, falar abertamente sobre o tema, pois, por trás do vício sempre encontramos algum problema e muitas vezes, por falta de conhecimento, não vemos os riscos.

Listei alguns: 1) elas apresentam mais transtornos psiquiátricos; 2) enquanto homens levam 10 anos para entrar de fato no vício, elas desenvolvem em 5 anos, consequentemente sofrendo de doenças mais cedo que eles; 3) as chances de cirrose é maior nelas (enquanto homens precisam de 21 doses por semana, a mulher precisa de apenas 14; 4) o risco de câncer de mama aumenta 30%, além de prejuízos para quando engravidar ou já estando grávidas (Síndrome do Alcoolismo Fetal), trazendo deficiências ao bebê, como microcefalia. 5 anos de vício antes da gravidez já é suficiente; 5) o risco de suicídio aumenta 8 vezes, sendo 15% a 20% de casos associados ao álcool.

O primeiro passo quando falamos de tratamento é admitir o problema e aceitar ajuda. Pessoas mais próximas precisam fazer o esforço de não julgar, mas apoiar, para que o indivíduo sinta-se a vontade para pedir ajuda. Terapias, psicoterapias de casal e família e acompanhamento medicamentoso são muito eficazes, visto que o álcool desestrutura todo o núcleo familiar, de amizades, trabalho. Especialmente, a participação em grupos de autoajuda, como Alcoólicos Anônimos, atividades físicas, hobbies saudáveis e espiritualidade tem sido de extrema importância.

Visite um grupo de AA, leve seu parente ou amigo. Em Araçagi, contamos com um grupo de AA no Centro da cidade, ao lado da Igreja Matriz de São Sebastião, havendo encontros nas quartas e sábados as 17:00h e domingos as 09:00h.

Laís Aparecida – Psicóloga Clínica, Pós-graduanda em Criminologia e Psicologia Investigativa Criminal. Atendimento Psicológico em Araçagi, na Prime Clin, e João Pessoa.
Agende sua consulta através dos contatos: (83) 99896 6512
Instagram: @psicologa.lais

Da Redação/Portal Araçagi

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