O objetivo da matéria é identificar as implicações socioeconômicas da crise na produção canavieira paraibana desde o início da pandemia, até os dias atuais. Para falar sobre o tema foi ouvido o agrônomo Luis Augusto, do Departamento Técnico da Asplan (Detec), que alerta que o aumento dos preços de fertilizantes ou adubos vem preocupando os produtores canavieiros paraibanos que estão enfrentando elevação nos custos, segundo a Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan).
De acordo com os dados, o custo do adubo para fundação (plantio) da cana de-açúcar em 2019, por exemplo, era de R$ 1,4 mil por hectare, mas, atualmente, chega a R$ 3,6 mil, alta de 34%. Mas, não é somente o adubo para plantio que sofreu reajuste entre 2019 e 2022, de acordo com os produtores. O material usado no custeio, que há três anos custava R$ 1 mil por hectare, hoje equivale a R$ 2,2 mil. A variação dos herbicidas também foi expressiva, de acordo com a Asplan. Em 2019, o produtor investia R$ 200 por hectare, valor que subiu para R$ 700.
Luis Augusto afirma ainda que essa variação de preço leva em conta diversos fatores sendo o aumento do dólar, já que os produtos são importados, o mais expressivo deles. “Além disso, os custos de logísticas com o transporte marítimo aumentaram muito e a escassez de moléculas, vindas a maior parte da China e também dos Estados Unidos, impulsionaram os preços. E também as indústrias instaladas em outros países que atendiam o mercado brasileiro reduziram a produção e a oferta desses produtos e tudo isso impacta no custo final dos produtos”, disse, destacando ainda que o racionamento de energia na China e problemas nos EUA comprometeram a produção.
PB AGORA